Líderes empresariais identificam o desemprego como a principal preocupação, mas o clima sobe na lista dos principais riscos
- O “desemprego” é a principal preocupação entre os líderes empresariais, seguido de perto pelas “doenças infeciosas”, em segundo lugar, e pelas “crises fiscais”, que ocupam o terceiro lugar dos riscos ao desenvolvimento dos negócios;
- Os riscos climáticos, como catástrofes naturais, perda da biodiversidade e o colapso dos ecossistemas estão a subir na lista dos principais riscos;
- Os resultados do estudo “Riscos Regionais dos Negócios 2020” estão baseados nas respostas de cerca 12.000 líderes empresariais de 127 países. O mapa interativo pode ser visto aqui;
- A informação divulgada antecede o primeiro Jobs Reset Summit do Fórum Económico Mundial (que se realiza entre 20 e 23 de outubro), que tem como objetivo contribuir para economias, sociedades e ambientes de trabalho mais inclusivos, justos e sustentáveis. As inscrições para a imprensa já estão abertas.
Lisboa, 8 de outubro de 2020 – De acordo com o mapa interativo “Riscos Regionais dos Negócios 2020”, do Fórum Económico Mundial, o “desemprego” é a maior preocupação dos líderes empresariais mundiais. As “crises fiscais” que ocupavam o primeiro lugar em 2019 descem este ano para o terceiro lugar.
As “doenças infeciosas” subiram 28 lugares no ranking e ocupam o segundo lugar, sendo o risco mais recorrente a ocupar o Top 10 em todas as regiões, exceto na Ásia do Sul. As regiões alvo desta pesquisa incluem Ásia-Pacífico, Eurásia, Europa, América Latina e Caribe, Médio Oriente e Norte de África, América do Norte, Ásia do Sul e África Subsaariana. O questionário analisa 30 riscos, incluindo ataques terroristas, fenómenos meteorológicos extremos e colapsos ou crises de Estado.
Embora no top dos riscos estejam principalmente os económicos, os riscos relacionados com o clima estão, também, a ter especial atenção este ano, com as “catástrofes naturais” (que sobem sete lugares), os “fenómenos meteorológicos extremos” (sobem cinco), a “perda da biodiversidade” e “colapso dos ecossistemas” (sobem oito) e a “falha de adaptação às alterações climáticas” (sobem dois) a merecerem lugares de destaque. Outras alterações significativas verificam-se ao nível das “catástrofes ambientais provocadas pelo homem” (a descer seis lugares), a “falha de planeamento urbano” (desce sete) e os “ataques terroristas” (a descer nove).
“As disrupções de emprego causadas pela pandemia, o aumento da automação e a transição para economias mais verdes são fundamentalmente mercados de trabalho em evolução. Ao sairmos desta crise, os líderes têm uma oportunidade única para criar novos empregos, com rendimentos dignos, e redesenhar redes de segurança social que correspondam aos desafios dos mercados de trabalho de amanhã”, refere Saadia Zahidi, Managing Diretor do Fórum Económico Mundial.
“O COVID-19 está a distrair-nos de alguns riscos de longo-prazo, que permanecerão muito tempo depois desta atual crise ser resolvida. Mas, a pandemia está também a ter um efeito positivo, ao levar as empresas a reavaliarem as suas prioridades. Espero que, com isto, as empresas desenvolvam as suas estratégias de resiliência ao risco e que estas resultem em ações decisivas e de impacto para combater os riscos que já existem como as alterações climáticas”, refere Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group.
“A crise do COVID-19 veio evidenciar a resiliência organizacional. À medida que as empresas encaram o futuro, estão, também, a fazer corresponder os seus planos de risco e de resiliência com um cenário de ameaças marcado por mudanças significativas dos consumidores e do comportamento organizacional. Tal como as preocupações económicas e climáticas exigirão por parte das empresas um novo alinhamento dos planos de negócio, uma maior confiança nas infraestruturas digitais significará um aumento acentuado de exposição ao risco cibernético. Para otimizar a recuperação, as empresas precisarão de preparar melhor os seus modelos de negócio, tornando-se assim mais resilientes face a futuras interrupções”, afirma John Doyle, President and Chief Executive Officer da Marsh.
“A pandemia global desencadeou danos incalculáveis nas nossas economias e sociedades. Os líderes empresariais da Ásia reconheceram o risco de ‘doenças infeciosas’ como o principal risco para a sua região, em resposta ao inquérito realizado pelo Fórum Económico Mundial. Como novos parceiros desta iniciativa, estamos a trabalhar para compreender melhor as interligações existentes entre a perceção ao risco dos líderes empresariais e a sua ampla comunidade multistakeholder. O que podemos afirmar, para já, é que combater a interseção dos riscos da pandemia, com riscos financeiros e alterações climáticas será a pedra angular do desejado novo normal”, afirma Lee Hyung Hee, President, Social Value Committee do SK Group.
“Riscos Regionais dos Negócios 2020” está disponível no formato de mapa interativo e foi desenvolvido em parceria com a Marsh & McLennan Companies, o Zurich Insurance Group e o SK Group. Faz parte da Iniciativa de Riscos Globais do Fórum Económico Mundial – um grupo de trabalho que analisa os riscos globais críticos e comunica estes riscos aos stakeholders e a um público mais vasto através de recursos digitais e de media.
Metodologia
As conclusões do “Riscos Regionais dos Negócios 2020” têm por base 12.012 respostas de líderes empresariais de 127 países. Foi pedido aos participantes que, de uma lista de 30 riscos globais, selecionassem "os cinco riscos globais mais preocupantes na realização de negócios no seu país nos próximos 10 anos". Esta pergunta está incluída na Pesquisa de Opinião de Executivos anual, que faz parte do Relatório de Competitividade Global do Fórum Económico Mundial. A edição de 2020 do “Relatório de Competitividade Global” será publicada a 18 de novembro.
Região |
Risco #1 |
Risco #2 |
Risco #3 |
Risco #4 |
Risco #5 |
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Global |
Desemprego |
Propagação de doenças infeciosas |
Crises fiscais |
Ataques cibernéticos |
Instabilidade social profunda |
|
Ásia-Pacífico |
Propagação de doenças infeciosas |
Bolha de ativos |
Catástrofes naturais |
Conflito entre Estados |
Ataques cibernéticos |
|
Eurásia |
Propagação de doenças infeciosas |
Conflito entre Estados |
Instabilidade social profunda |
Crises fiscais |
Colapso ou crise de Estado |
|
Europa |
Propagação de doenças infeciosas |
Ataques cibernéticos |
Desemprego ou subemprego |
Crises fiscais |
Bolha de ativos |
|
América Latina e Caribe |
Falha de governance Nacional |
Desemprego ou subemprego |
Instabilidade social profunda |
Crises fiscais |
Propagação de doenças infeciosas |
|
Médio Oriente e Norte de África |
Choque dos preços de energia |
Crises fiscais |
Propagação de doenças infeciosas |
Inflação incontrolável |
Ataques cibernéticos |
|
América do Norte |
Ataques cibernéticos |
Propagação de doenças infeciosas |
Fraude ou roubo de dados |
Catástrofes naturais |
Bolha de ativos |
|
Ásia do Sul |
Desemprego ou subemprego |
Má utilização das tecnologias |
Choque dos preços de energia |
Instabilidade social profunda |
Falha de governance Nacional |
|
África Subsaariana |
Desemprego ou subemprego |
Falha de governance Nacional |
Falha de infraestruturas críticas |
Propagação de doenças infeciosas |
Choque dos preços de energia |
|