Pequenas e Médias Empresas - Riscos e Oportunidades

(2ª edição - 2014)

17% das PME portuguesas despediram colaboradores nos últimos 12 meses e só 13% apostam na exportação

  • Aposta em novos nichos de mercado (22%) e redução de preços (20%) foram principais estratégias das empresas
  • 8% das PME consideraram fechar portas no último ano
  • Empresários estão mais sensíveis aos benefícios da gestão do risco
  • Redução de custos e despesas mantém-se como a prioridade absoluta para 32% das PME
  • A exploração de novos segmentos de clientes (28%) é a oportunidade que mais subiu face ao ano anterior
  • 13% das PME portuguesas não antevê quaisquer oportunidades de negócio

Nos últimos 12 meses, 17% das Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas recorreram ao despedimento de colaboradores para conseguir contornar as dificuldades financeiras e manter-se em funcionamento. Esta é uma das conclusões do estudo promovido pela Companhia de Seguros Zurich junto de CEO, proprietários, Diretores-Gerais e Financeiros e Chefes de Operações de PME de 19 países. Face ao mesmo questionário aplicado no Verão de 2013, verifica-se ainda assim um ligeiro decréscimo (3%) nas empresas que recorreram à opção de emagrecer a estrutura.

A aposta em novos nichos de mercado (22%) e a redução de preços (20%) mantêm-se como as principais estratégias de sobrevivência adotadas pelas PME nacionais inquiridas, logo seguidas pela aposta na diversificação da oferta de produtos ou serviços (18%). No último ano, 8% das PME a operar em Portugal consideraram mesmo a hipótese de fechar portas.

O aumento de ordenados foi uma realidade em 8% das PME questionadas e o recrutamento de novos colaboradores concretizou-se em 12% das empresas. Ambos os critérios cresceram 2% face ao ano anterior, revelando uma ligeira retoma.

Ao nível da exportação, Apenas 13% das Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas apostam na exportação para mercados estrangeiros como forma de desenvolverem o seu negócio, sendo a redução de custos e de despesas a prioridade absoluta para 32% das PME. Face ao mesmo questionário realizado no Verão de 2013, verifica-se uma diminuição de 3% nas empresas que recorrem à exportação para fazer face às dificuldades que a economia portuguesa atravessa.

As catástrofes naturais e a imprevisibilidade meteorológica estão entre os riscos que mais preocupam as Pequenas e Médias Empresas (PME) nacionais, com 13% dos empresários a indicarem esta opção. Face à mesma questão colocada em 2013, o número de empresários que encaram estes riscos como um dos principais para o seu negócio cresceu 5%, colocando este indicador entre os que mais aumentaram.

Os riscos relacionados com catástrofes naturais e imprevisibilidade meteorológica podem relacionar-se com outros dados fornecidos pelo mesmo estudo, que apontam para uma preocupação relativamente a falhas na cadeia de abastecimento, e transportes/ danos nos veículos das empresas (ambos os riscos apontados por 15% dos empresários questionados).

Os riscos relacionados com as catástrofes naturais e imprevisibilidade meteorológica cresceram 5% a par dos riscos tecnológicos, que subiram 5%, atingindo agora 7%. Apesar dos empresários se revelarem preocupados com os riscos tecnológicos (falhas na área das TI), o cibercrime mantém-se nos 4%, não sofrendo qualquer alteração face à primeira edição do estudo.

Apesar do peso que as questões climatéricas ganharam, a segunda edição do estudo “PME: Riscos e Oportunidades” indica também que a concorrência e o dumping de preços (31%) e a quebra no consumo e o overstocking (29%) continuam a ser as principais preocupações dos empresários nacionais. 

Ainda no âmbito nacional destaca-se a descida acentuada do roubo como um risco para o negócio: de 2013 para 2014, o roubo desceu 10% nas preocupações das PME portuguesas. Por outro lado, o risco de incêndio subiu 4%, colocando-se agora nos 7%. A corrupção mantém-se sem alterações, nos 8%.

Relativamente aos outros países europeus questionados no estudo (Alemanha, Áustria, Espanha, Itália, Irlanda, Reino Unido e Suíça), Portugal está acima da média europeia na aposta em novos nichos de mercado, no aumento mas também na redução de preços, nos despedimentos e na diminuição dos ordenados. A opção de reduzir a oferta de produtos ou serviços, assim como a escolha de fechar portas ou de renegociar crédito ou obter financiamento adicional são também mais prementes entre as PME portuguesas comparando com a média europeia. Relativamente à vizinha Espanha, Portugal recorreu mais 5% aos despedimentos. No entanto, mais 5% das empresas portuguesas recrutaram e mais 2% aumentaram salários.

O estudo revela ainda que 1 em 5 PME aumentaram salários e 1/6 recrutaram colaboradores nos últimos 12 meses. Menos de 5% das empresas inquiridas consideraram fechar portas e apenas 6% optaram por reduzir a oferta de produtos ou serviços. Na maioria dos países, as PME estiveram focadas em explorar novos segmentos de mercado (23%) e em diversificar a oferta de produtos ou serviços (21%). As exceções foram a Alemanha e a Áustria, onde as empresas estiveram mais preocupadas em investir em operações e ativos.