Como contribuir para a preservação da saúde mental

Saúde e Bem-estar | 18 de janeiro de 2022

Sabia que um quinto dos portugueses sofre de pelo menos uma doença do foro mental? E que, na União Europeia, os custos relacionados com a saúde mental ultrapassam os 450 mil milhões de euros por ano? Rita Lima, Estagiária de Responsabilidade Social na equipa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Zurich em Portugal e Co-Fundadora da “Maria Cuidadosamente”, comunidade de apoio a familiares, amigos e cuidadores de pessoas com doença mental, estimula-nos a refletir sobre este tema.

Rita Lima, Estagiária de Responsabilidade Social na equipa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Zurich Portugal

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde mental como o “estado de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stresse habitual do dia a dia, trabalhar de forma produtiva, e é capaz de contribuir para a comunidade em que se insere”.

 

Estima-se que, em Portugal, uma em cada cinco pessoas sofre de uma doença mental. Portugal é o segundo país da Europa com maior taxa de prevalência de doenças psiquiátricas e apenas um quarto dos doentes com perturbação mental recebe tratamento.

 

A que se devem estes números? Ao elevado estigma que ainda existe em relação a este tema. Quando tenho uma dor na perna falo com muita naturalidade, mas se tenho uma doença mental não falo... Sinto que todos temos o papel de educar a sociedade, falando e encarando estas doenças com naturalidade.

 

Quando pergunto a alguém “como está”, quero mesmo saber como está? Se não estou bem, sou capaz de o verbalizar e procurar ajuda? 

 

A vida não são só sorrisos e estas doenças têm uma “máscara”, escondem-se facilmente, podendo levar a situações complicadas e, às vezes, a situações-limite como o suicídio.

 

Segundo a OMS, a cada 40 segundos suicida-se uma pessoa. É importante estarmos informados e alertas aos sintomas para podermos perceber, pedir ajuda e atuar, de modo a evitar estas situações.

 

A pandemia, o confinamento, o trabalho isolado e a crise económica potencializaram as fragilidades e, consequentemente, a saúde mental ficou afetada. Como contrariar esta tendência? Através da prática de exercício físico, da alimentação saudável, dos tempos de descanso, da socialização e da capacidade de adaptação, isto é, perceber que não controlamos tudo o que acontece, aceitando e integrando as situações da vida.

 

Com a preservação da saúde mental, contribuiremos também para a redução dos custos financeiros globais. Atualmente, os custos médicos diretos e indiretos com os cuidados, o absentismo e a perda de produtividade devido às doenças mentais, chegam a mais de 450 mil milhões de euros por ano na União Europeia.

 

Cada um de nós deve estar atento, olhando e vendo, ouvindo e escutando, sabendo que é essencial haver uma mudança de mentalidade e uma preocupação com a saúde mental. Se cada um fizer a sua parte e adotar pequenas ações, já terá impacto. Está nas nossas mãos fazer a diferença!