Por uma vida saudável: 5 conselhos para travar a obesidade

Cerca de 800 milhões de pessoas, em todo o mundo, sofrem de obesidade, de acordo com estimativas das Nações Unidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a obesidade a epidemia global do século XXI. Em Portugal, 16,9% da população adulta é obesa e mais de metade (53,6%) tem excesso de peso, segundo dados do Inquérito Nacional de Saúde. Os números ilustram bem a dimensão desta doença crónica, que constitui um grave problema de saúde pública. Mas o que leva ao excesso de peso e, em última instância, à obesidade? Será meramente uma questão de “gulodice” e alimentação em excesso?

Na verdade, as causas são mais complexas e travar a obesidade implica agir preventivamente e alterar estilos de vida. Uma alimentação pouco equilibrada, um estilo de vida mais sedentário e a propensão genética são alguns dos principais fatores que contribuem para o excesso de peso e para a obesidade. Conheça melhor os riscos associados e fique a par de conselhos que o ajudam a prevenir o excesso de peso e a obesidade.

Obesidade, uma questão de risco

Para diagnosticar a obesidade é necessário recorrer a diversos parâmetros, sendo o mais conhecido o índice de massa corporal (IMC). O IMC estabelece a relação entre o peso e a altura de uma pessoa e calcula-se dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. De forma geral, uma pessoa com um IMC igual ou superior a 30 pode ser considerada obesa. O excesso de peso acontece quando o IMC é igual ou superior a 25. Ainda assim, o IMC não deve ser visto de forma isolada, uma vez que não distingue músculo de gordura, nem tem em conta a distribuição de gordura pelo corpo ou a estrutura óssea.

A obesidade é, em si, uma doença, mas torna-se também um fator de risco para outros problemas de saúde. Mais de 200 doenças e complicações clínicas estão hoje associadas à obesidade, incluindo diabetes, hipertensão (e outras doenças cardiovasculares), a apneia do sono e alguns tipos de cancro (como o cancro da mama, dos ovários, da próstata, do cólon ou do fígado, entre outros).

Entre os principais fatores que contribuem para o excesso de peso e para obesidade estão:

• Sedentarismo e estilo de vida

  A crescente urbanização, o aparecimento de novas formas de trabalho e as mudanças nas formas de locomoção verificadas nas últimas décadas estão a conduzir a uma menor atividade física, com um estilo de vida predominantemente sedentário. A fraca qualidade de sono (poucas horas de sono e falta de rotinas) aumenta o risco, sobretudo porque a falta de sono pode gerar maior apetite e menor disposição para atividades físicas. Portugal está em terceiro lugar na lista dos mais sedentários da Europa.

• Alimentação
  O aumento do consumo de alimentos ricos em calorias, gordura e açúcar, levam a um desequilíbrio entre as calorias consumidas e gastas.

• Hereditariedade
  A herança genética pode afetar aspetos como o apetite e a velocidade com que o nosso corpo queima as calorias.

• Fatores psicológicos
  O stresse, a ansiedade e a depressão podem não só levar à escolha de alimentos menos saudáveis como também conduzir ao surgimento de compulsões alimentares que contribuem para o aumento de peso.

Como travar a obesidade? 5 dicas a seguir

Prevenir e combater o excesso de peso exige uma mudança de hábitos e de comportamentos, que passam pela alimentação e pela prática desportiva. Tome nota dos seguintes conselhos para melhorar a sua qualidade de vida e travar a obesidade.

1. Tenha uma atividade física regular
O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o aparecimento da obesidade. Para combatê-lo é essencial diminuir o tempo em que permanece sentado e aumentar a atividade física nas atividades do dia a dia. Como? Use as escadas em detrimento do elevador ou faça a pé parte do percurso até ao trabalho, por exemplo. Sempre que possível, faça exercício físico orientado. A Organização Mundial de Saúde recomenda 150 minutos de atividade física (de intensidade moderada) por semana, por adulto. Se não sabe por onde começar, opte por incorporar as caminhadas na sua rotina diária.

2. Adote uma alimentação saudável
Para evitar o excesso de peso, o consumo de calorias não deverá ser superior à energia despendida durante o dia. De acordo com o guia "Obesidade: Otimização da abordagem terapêutica no Serviço Nacional de Saúde", é importante controlar a gestão de gordura e de açúcares, privilegiando o consumo de legumes (seja através de sopas ou guarnições) e evitando os alimentos processados. Tenha cuidado com os regimes alimentares muito restritivos, porque podem originar carências que afetam o estado de saúde. Mas não basta escolher alimentos saudáveis: adote padrões de refeição regulares e coma devagar (para que o organismo tenha tempo de enviar sinais de saciedade ao cérebro). 

3. Privilegie o consumo de água
A água deverá ser a bebida de eleição. De igual forma, deverá evitar ou limitar o consumo de álcool, bem como de bebidas refrigerantes açucaradas.

4. Tenha cuidado com os hábitos de sono
As pessoas que dormem pouco (e sem uma rotina diária) têm maior risco de excesso de peso e obesidade do que aquelas que, de forma rotineira, dormem sete ou oito horas diárias. Estabeleça uma rotina (deitar e levantar sempre à mesma hora, prevendo um mínimo de sete horas de sono) e privilegie um ambiente tranquilo ao deitar (sem a luminosidade de ecrãs, por exemplo) para melhorar a qualidade do seu sono.

5. Procure aconselhamento com profissionais especializados
A adoção de medidas preventivas é a melhor forma de travar a obesidade. Recorrer a um nutricionista pode ser benéfico para conhecer cuidados de alimentação e saúde a adotar no seu caso específico, assim como para identificar fatores genéticos e problemas no metabolismo, por exemplo. O aconselhamento médico é também um apoio essencial para perder os quilos em excesso: a obesidade é uma doença complexa e não está sozinho nesta luta.

Reduzir o risco de excesso de peso e obesidade é também reduzir o risco de complicações que afetam o seu bem-estar e saúde. Dê o sinal verde a uma vida mais leve e saudável: considere pôr em prática estes conselhos e melhore a sua qualidade de vida e a da sua família.