Procura um estilo de vida sustentável? Simples mudanças de hábitos fazem a diferença

Sustentabilidade | Artigo | 23 de junho de 2021

Aquilo que vestimos, a forma como nos deslocamos, os alimentos que ingerimos e a casa onde habitamos têm um grande impacto ambiental. Com as crescentes preocupações em torno das alterações climáticas, torna-se cada vez mais necessário adotarmos um estilo de vida mais sustentável. Saiba como reduzir a sua pegada ecológica em quatro áreas essenciais da sua vida.

Sustentabilidade. A palavra e o conceito estão cada vez mais enraizados no dia a dia das famílias. O reconhecimento de que os recursos naturais são finitos e as preocupações sobre o impacto das alterações climáticas no futuro do planeta – e das próximas gerações – têm conduzido a uma crescente tomada de consciência coletiva para a urgência de uma mudança dos atuais padrões de produção e de consumo.

Manter um estilo de vida sustentável é uma dedicação diária ao nosso planeta. Seja para quem começa agora a estar mais atento ao tema da sustentabilidade, seja para os mais “experientes”, é sempre possível continuar a fazer mais e a alterar pequenos hábitos para gerar impactos a longo prazo. São pequenos gestos que protegem o ambiente, mas que também podem contribuir para o bem-estar da sua família e até para poupanças no orçamento familiar. Tudo somado, é uma mudança repleta de efeitos positivos que se encontra ao seu alcance.

A partir do princípio dos 3 Rs – Reduzir, Reutilizar e Reciclar –, conheça alguns dos hábitos que poderá implementar, em família, em quatro áreas essenciais na sua vida.

 

1. Vestuário para um estilo de vida sustentável

Sabia que são necessários cerca de 7.500 litros de água para produzir um único par de calças de ganga? Isto não significa que deixe de comprar calças de ganga, mas constitui um alerta para a importância de fazermos escolhas mais informadas e ponderadas, já que muitas pessoas desconhecem o impacto da indústria da moda na sustentabilidade dos recursos naturais.

Em Portugal, e segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente, cerca de 200 mil toneladas de roupa e têxteis são deitadas no lixo, anualmente. Para contrariar esta realidade, pode optar pela compra em lojas de segunda mão ou por comprar menos peças de roupa, mas com maior qualidade, que sejam intemporais e possam ser usadas durante mais tempo. O planeta agradece. Os seus filhos e netos também!

Se precisar de roupa nova, pondere a compra de vestuário de marcas que assumem compromissos éticos e sustentáveis. Estas marcas utilizam tecidos eco-friendly com fibras orgânicas, apostam na reutilização de tecidos e promovem programas de recolha de roupas usadas junto dos seus clientes.

Analise o que tem em casa e dê uma nova vida às peças de roupa que já não usa: seja através de transformação em novas peças ou através da venda de roupa em segunda mão, iniciativas que também favorecem o seu orçamento. Outra alternativa, que junta sustentabilidade à solidariedade, passa por doar peças que já não usa. Há associações, casas de acolhimento e até algumas marcas que recebem roupa em segunda mão e que distribuem junto de quem mais precisa.

 

2. Alimentação de produção local e sem desperdícios

Não resiste a um chocolate? Para produzir uma única tablete de chocolate são necessários mil litros de água. A produção de um hambúrguer provoca mais emissões de carbono do que um automóvel durante um percurso de 15 quilómetros. São dados de um estudo da Capgemini que demonstra como o que comemos tem uma grande influência na nossa pegada ecológica.

A boa notícia é que existe um número infindável de pequenos conselhos que poderão ajudar a contribuir para uma alimentação mais sustentável. Eis alguns exemplos:

  • Pondere diminuir o consumo de carne.
  • Privilegie o consumo de frutas e legumes da época, minimizando o recurso a alimentos cuja produção em estufa implica maior consumo energético.
  • Opte por alimentos de produção local, evitando elevadas pegadas carbónicas no transporte.
  • Seja fã das compras a granel, já que não só evita desperdícios (comprando apenas o que precisa), como dispensa alimentos embalados em plástico.
  • Inspire-se nas plataformas sociais com dicas de especialistas em cozinhar sem desperdícios (por exemplo, os chefs internacionais Joel Gamoran e Lisa Casali).

 

3. Transportes: alternativas sustentáveis

Este setor é um dos principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito estufa. Em Portugal, o setor dos transportes representa quase um terço das emissões totais no território, segundo o estudo da OCDE “Economic Surveys: Portugal 2019”. Para estes valores contribui o facto de sermos um país muito dependente do uso do automóvel.

Para um estilo de vida mais sustentável, evite utilizar o automóvel em distâncias curtas que podem ser feitas a pé, de bicicleta, de trotinete ou de transportes públicos.

Se está a pensar em comprar um carro novo, pondere a possibilidade de adquirir um elétrico ou um híbrido plug-in. Caso prefira um carro convencional, opte por um que tenha baixo consumo e baixos níveis de emissões. Estes são exemplos de alguns passos que todos podemos dar para ajudar Portugal a cumprir a meta de neutralidade carbónica em 2050, em linha com o Acordo de Paris, assinado no âmbito das Nações Unidas.

 

4. Casa: da reciclagem à energia

É dentro de portas que começa a verdadeira transformação para uma sociedade mais sustentável. Reciclar e separar o lixo não só é desejável como será obrigatório até ao final de 2023. Mas pode fazer muito mais pelo ambiente e por uma vida sustentável:

  • Quando for às compras, leve os seus próprios sacos para evitar o uso de sacos de plástico.
  • Instale economizadores nas suas torneiras para reduzir o consumo de água (além do ambiente, a sua carteira também agradece).
  • Privilegie o uso de lâmpadas LED, que têm maior durabilidade, são mais ecológicas e permitem poupar na fatura da eletricidade.
  • Pondere, ainda, a instalação de painéis solares térmicos para aquecimento de água ou de painéis solares fotovoltaicos para produção de corrente elétrica. Não só estará a recorrer a uma fonte renovável, como conseguirá poupar nas despesas mensais – no caso do fotovoltaico, é até possível vender à rede pública o excedente de energia que não usa em autoconsumo.

As pistas para uma vida sustentável estão dadas. Comece já hoje a mudar alguns dos seus hábitos para garantir um futuro melhor para a sua família e para o planeta.