Como pode a alimentação reduzir o risco de AVC

Saúde e Bem-estar | Artigo | 04 de abril de 2022

Apesar de existirem diferentes fatores capazes de influenciar a probabilidade de acontecer um Acidente Vascular Cerebral, a boa notícia é que as escolhas alimentares podem reduzir - e muito – essa possibilidade. Aposte na prevenção, praticando um estilo de vida saudável e controlando os fatores de risco.

Se é certo que algumas doenças surgem de forma inesperada, é também seguro afirmar que existem outras sobre as quais temos algum poder de prevenção. É o caso do Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma doença do foro neurológico, que ocorre quando o fluxo de sangue que vai para o cérebro é interrompido ou drasticamente reduzido, privando as células de oxigénio e de nutrientes.

Existem diferentes tipos de Acidentes Vasculares Cerebrais, mas todos têm algo em comum: a inexistência de uma causa exata que dê origem à doença.

Para compreender melhor as causas de um AVC, é preciso, desde logo, ter em conta que existem dois tipos de fatores de risco:

Não modificáveis: representam, como o nome indica, fatores sobre os quais não existe controlo, como o género, a idade e outras condições/doenças genéticas.

Modificáveis: fatores sobre os quais se tem total controlo. Deste grupo fazem parte o tabagismo, o sedentarismo e, sobretudo, a alimentação.

Relativamente a este segundo grupo de fatores, as escolhas alimentares que faz diariamente são, transversalmente, apontadas como o principal aliado na prevenção dos acidentes vasculares cerebrais. Mas afinal, o que explica esta situação?

 

A relação entre a alimentação e o risco de AVC

Sendo uma doença cardiovascular, é imediata a relação que alguns alimentos e/ou condimentos podem ter para o aumento da tensão arterial, influenciando desta forma a probabilidade de um AVC acontecer. É o caso do sal, dos açúcares e das gorduras saturadas e/ou de origem animal.

Eliminar – ou reduzir significativamente – estes elementos do ‘menu diário’ já será um contributo importante para a saúde. No entanto, tão importante como reduzir nos excessos, é ‘caprichar’ na variedade, regularidade e equilíbrio da alimentação, apostando em várias refeições (de doses mais reduzidas) ao longo do dia, maioritariamente compostas por alimentos como a fruta da época, legumes, vegetais, alimentos isentos de gordura animal e ricos em fibra solúvel, em ómega-3 (entre duas a três vezes por semana) e de polpa branca, como a maçã ou a couve-flor.

Outra das tendências com impacto comprovado na saúde são os produtos plant-based, ou seja, de origem vegetal, como os cereais integrais, fruta, vegetais, leguminosas, frutos secos, sementes e gorduras saudáveis. Além de contribuir para uma maior preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, o modelo alimentar plant-based está associado a uma redução significativa do risco de doenças como obesidade, hiperlipidemias, hipertensão e diabetes - todas elas doenças relacionadas com o AVC.

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Os alimentos que reduzem o risco de AVC

Existem certos alimentos (alguns deles surpreendem!) que são autênticos aliados na luta contra as doenças cardiovasculares. Seja pelo alto teor de fibra, pela quantidade de vitaminas, minerais ou antioxidantes – todos eles nutrientes indispensáveis para qualquer organismo.

Eis alguns dos ingredientes e alimentos que deve privilegiar na sua alimentação:

• Hortofrutícolas (por exemplo: tomate, laranjas, cenouras, abacate, couve-de-bruxelas ou melão)

• Salmão

• Azeite

• Cereais integrais

• Ervas aromáticas

• Cogumelos

• Chocolate negro

• Frutos secos

• Sumos naturais

E muita, muita água.

 

Outras recomendações para a prevenção do AVC

As mudanças na alimentação não são suficientes para garantir a total prevenção de um AVC. Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS), existem outros maus hábitos que contribuem para as doenças cardiovasculares. A boa notícia é que, tal como a alimentação, também estes hábitos são modificáveis.

Consumo excessivo de álcool: A ingestão excessiva de bebidas alcoólicas pode levar a um aumento da pressão arterial e à danificação de células cerebrais.

Sedentarismo: O estilo de vida sedentário contribui, e muito, para aumentar não só o risco de AVC como de outras condições: doenças cardíacas, excesso de peso/obesidade, pressão arterial elevada, níveis de colesterol altos e diabetes.

Tabagismo: A nicotina e o monóxido de carbono presentes no fumo dos cigarros provocam danos ao sistema cardiovascular, nomeadamente nos vasos sanguíneos, o que pode duplicar ou até quadruplicar o risco de AVC. O fumo leva à acumulação de gordura na principal artéria do nosso pescoço - a carótida -, estreita os nossos vasos sanguíneos e torna o sangue mais espesso, aumentando a probabilidade de se formarem coágulos, dificultando a circulação sanguínea.

• E, claro, controlar o peso corporal, fazer exercício e vigiar os níveis de pressão arterial: a máxima deve ser inferior a 140 mmHg e a mínima menor que 90 mmHg.

 

Através de uma alimentação cuidada e da modificação de alguns hábitos é possível influenciar positivamente o estado de saúde e, assim, contribuir para a redução do risco de doenças. Para saber de que outras formas pode promover o seu bem-estar consulte os artigos disponíveis no Mundo Z.