Proteger os oceanos é uma responsabilidade de todos
SustentabilidadeArtigo30 de março de 2022
É possível que não tenha consciência deste facto, mas um aumento subtil da temperatura da água do mar tem um grande impacto nos habitats marinhos, colocando em risco a sobrevivência de milhões de espécies.
“Neste momento, há correntes tão quentes no mar que estão a queimar as pradarias marinhas. Literalmente. Como fogos. O mar está a arder”, alerta Raquel Gaspar, bióloga marinha e cofundadora da Ocean Alive, cooperativa criada em março de 2015 com a missão de proteger as pradarias marinhas do Estuário do Sado e uma das entidades parceiras da Missão Azul, o Clube de Voluntariado da Zurich em Portugal.
A Zurich assume o papel de Guardiã das Pradarias
Durante um ano, a Zurich vai patrocinar a “Ilha do Cavalo”, uma das pradarias marinhas do Estuário do Sado que estão a ser mapeadas pelas guardiãs do mar da Ocean Alive.
Com 4,7 hectares de extensão, a “Ilha do Cavalo” está localizada no Esteiro da Marateca. Tem como erva marinha predominante a Zostera noltii, que se estima que capture cerca de 3,6 toneladas de carbono azul. Tem igualmente uma grande importância para as aves migratórias e limícolas (que vivem na lama ou no lodo das águas).
“O patrocínio da Zurich permite à nossa organização manter o mapeamento desta pradaria, manter a empregabilidade de uma pescadora responsável por esse mapeamento, manter o nosso conhecimento científico e levar essa informação a quem pode decidir sobre a gestão daquele espaço, que está numa área protegida”, explica Raquel Gaspar.
Esta não é a primeira vez que a Zurich apoia a Ocean Alive. Durante a pandemia a Zurich avançou com um donativo para financiar os custos básicos da associação e, em 2019, 30 colaboradores da Zurich participaram na iniciativa “Mariscar Sem Lixo”, ajudando a recolher, em apenas três horas, 750 quilos de lixo numa praia selvagem do Estuário do Sado.
O papel das pradarias marinhas nos ecossistemas
As pradarias marinhas são um dos habitats mais importantes do planeta. “São 30 vezes mais eficazes a retirar dióxido de carbono do que as florestas terrestres e têm até um efeito de antibiótico contra bactérias que fazem mal – a nós e à vida marinha”, explica Raquel Gaspar.
Nesta caminhada, Raquel tem contado com as pescadoras do Estuário do Sado, que trabalham como guias marinhas, agentes de sensibilização e guardiãs das pradarias. “A forma que encontrei de as envolver na proteção das pradarias foi criar novas profissões para elas, que valorizam o que elas sabem e fazem no Estuário do Sado.” O papel das pescadoras passa muito por alavancar a mudança de comportamentos dos seus pares e do público em geral.
Afinal, o que podemos fazer para salvar os oceanos?
Cada um de nós pode contribuir para a proteção das pradarias marinhas através de gestos simples. “As pradarias marinhas são sobretudo sensíveis à qualidade da água. As pessoas podem, por isso, tomar as melhores opções nos produtos que usam em casa, nomeadamente os de limpeza, para que a água que sai das suas casas em direção à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e, depois, ao mar, seja menos nociva”, exemplifica Raquel Gaspar.
Reduzir o consumo de água também é importante. “Quanto mais reduzirmos o nosso consumo, menos dióxido de carbono será libertado para a atmosfera. Não é reciclar, é reduzir. O circuito de reciclagem também contribui para as emissões de dióxido de carbono e, portanto, para o aquecimento do planeta e para a destruição das pradarias através do aumento da temperatura da água”, alerta.
No entanto, Raquel reforça que “as pradarias marinhas são um dos habitats mais importantes e um dos que estão a desaparecer mais depressa. A cada hora, desaparecem dois campos de futebol de pradarias marinhas no mundo.” Uma tendência que é urgente contrariar.
Felizmente, existem vários hábitos que todos podemos adotar para proteger a biodiversidade marinha:
Usar menos plástico
Os plásticos que terminam nos oceanos contribuem para destruir habitats e são responsáveis pelo perecimento de milhares de criaturas marinhas.
Para reduzir o seu impacto, dê preferência às garrafas de água reutilizáveis, guarde os seus alimentos em recipientes não descartáveis, utilize sacos de pano quando for às compras e recicle sempre que possível. Veja este artigo para saber como tornar as suas rotinas diárias mais sustentáveis.
Compras mais responsáveis
Os microplásticos resultantes da utilização de diversos produtos, como roupas, cosméticos, pastas de dentes, entre outros, são uma das maiores ameaças à vida marinha. Informe-se sobre a composição dos produtos que costuma aqduirir e privilegie, sempre que possível, materiais naturais de fácil decomposição.
Reduzir a pegada ecológica e o consumo de energia
Existem várias práticas simples que pode seguir para minimizar o impacto do seu estilo de vida: trocar lâmpadas incandescentes por lâmpadas LED ou fluorescentes compactas, evitar o uso de elevadores e, se possível, optar por fontes de energia renováveis na sua casa. Confira aqui algumas dicas para tornar a sua casa mais eficiente.
Dar preferência a peixe e marisco da época
Portugal é o terceiro maior consumidor de peixe per capita a nível mundial e cerca de dois terços do peixe consumido é importado. Para dar resposta à elevada procura surgem as práticas de pesca não sustentáveis, que colocam em perigo o ciclo de vida das populações das espécies marinhas.
Evite comprar espécies em perigo ou fora de época, pode seguir esta lista de recomendações da World Wide Fund for Nature (WWF) para saber melhor que peixe e marisco é seguro consumir.
Faça parte desta mudança
Pequenas alterações na sua rotina podem fazer uma grande diferença para reduzir o impacto negativo da ação humana nos oceanos. Conheça algumas das nossas sugestões adicionais e seja o agente de mudança que o planeta precisa.
Esta comunicação é da inteira responsabilidade da Zurich Insurance Plc – Sucursal em Portugal.