Travar as alterações climáticas

Sustentabilidade | Artigo | 21 de outubro de 2021

2021 foi um ano de compromissos climáticos ousados por parte dos governos e das empresas. Os discursos proferidos são recebidos calorosamente, mas insuficientes para arrefecer o planeta. O tempo de agir é agora.

Desde a Cimeira de Líderes do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, até a Cimeira do G7 e a uma variedade de campanhas publicitárias, o debate sobre o clima está na ordem do dia. E tudo isto aconteceu antes da chegada da COP26, em Glasgow, em novembro de 2021, a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.

O problema? As emissões de carbono voltaram a aumentar após uma breve redução causada pela pandemia em 2020. O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), divulgado em agosto de 2021, salienta que o aquecimento global de 1,5°C a 2°C será ultrapassado neste século, a menos que haja grandes reduções nas emissões de carbono e de outros gases com efeito de estufa nas próximas décadas.

Mas ainda há esperança. Os compromissos dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e de muitos outros países dão-nos uma elevada clareza sobre os possíveis caminhos que temos de percorrer, a longo prazo, para alcançarmos um mundo mais verde, assim como as ações que podemos implementar a curto prazo.

Alcançar a meta do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento médio da temperatura global a 2°C – e, idealmente, a 1,5°C – não é um desafio fácil. Teremos que cortar a relação entre as emissões de carbono e a atividade económica, o que significa passar por uma transformação da economia global sem precedentes e, mais importante ainda, do sistema global de energia. Esta transformação vai exigir um grande nível de investimento em novas tecnologias e infraestruturas.

Como podemos fazê-lo? O Livro Branco “Closing the gap on climate action” explora as ações que todos – cidadãos, governos e empresas – devemos implementar para alcançarmos a neutralidade carbónica.

  • O Capítulo 1 aborda o desempenho climático do Grupo Zurich, que monitoriza o progresso rumo a um cenário de 2°C em 12 indicadores. O relatório destaca onde se registam desenvolvimentos positivos e onde permanecem os desafios.
  • O Capítulo 2 explora de que forma as empresas podem adotar medidas de mitigação para reduzir as emissões de carbono e desenvolver modelos de negócio neutros em carbono. Baseia-se em perceções de mercado, no conhecimento da Zurich e destaca de que modo os seguradores, assim como os gestores de risco e investidores, podem ajudar as empresas e a sociedade a gerir os riscos de transição associados à descarbonização.
  • O Capítulo 3 tem como foco a resiliência e os inevitáveis riscos físicos associados às alterações climáticas que já se manifestam. Aconselha as empresas na melhor forma de incluírem, nas suas estratégias, medidas que as ajudem a enfrentar estes riscos e a convertê-los em oportunidades.
  • O Capítulo 4 aborda o debate sobre a política climática. Fornece recomendações sobre de que forma a ação dos governos, a curto prazo, pode obter o maior impacto no apoio a uma transição suave para a neutralidade carbónica.

Apesar de existirem riscos elevados para empresas, investidores e governos, esta é uma oportunidade de intervenção sem precedentes. O tempo de agir é agora.